Perfil reprodutivo de uma população de alta vulnerabilidade / Reproductive profile of a high vulnerability population

Introdução: padrões sexuais e reprodutivos são influenciados por fatores biopsicossociais. Dentre esses fatores, há a vulnerabilidade, conceito amplo, complexo e que determina maior atenção das políticas públicas. Objetivo: conhecer o perfil reprodutivo das mulheres que residem em uma área de alta vulnerabilidade na cidade de Curitiba-PR. Metodologia: descritivo, documental de caráter analítico observacional transversal. Coleta e análise de dados das Declarações de Nascidos Vivos (DNV) na Unidade de Saúde do Capanema e análise de dados públicos fornecidos pelo IBGE. Resultados: foram analisados 1199 DNVs, sendo 1011 mulheres com idades entre 13 e 49 anos, compreendidos entre os anos de 2003 a 2018. Foi possível a análise da Taxa de Fecundidade Total (TFT), via de parto, estado civil e escolaridade das parturientes. Discussão: a menor TFT foi apresentada na faixa etária de 13 a 15 anos (1,05 filhos/mulher) e a maior entre 36 a 49 anos (4,47 filhos/mulher). A via de parto vaginal correspondeu a 64% dos partos, enquanto que a via cirúrgica por cesárea aconteceu em 36% dos casos. Em relação à escolaridade, 3% apresentaram-se como analfabetas; 48% possuíam nível fundamental; 40% nível médio completo e 9% possuíam nível superior completo ou incompleto. Houve 0,5% de omissão da que escolaridade no momento do preenchimento dos dados. Os dados coletados sobre o estado civil foram considerados inconclusivos. Conclusão: Conclui-se que a Taxa de Fecundidade da população estudada está acima da Taxa de Fecundidade Total projetada para 2015 no Brasil nas faixas etárias acima de 19 anos e da taxa de fecundidade ideal para que haja uma reposição da população segundo o DATASUS (2021). Tais dados podem estar relacionados com a vulnerabilidade da comunidade em questão, corroborando com estudos que relatam maiores taxas de fecundidade relacionada a menor renda e menor escolaridade.

Introduction: sexual and reproductive patterns are influenced by biopsychosocial factors. Among these factors, there is vulnerability, a broad and complex concept that requires greater attention from public policies. Objective: to know the reproductive profile of women who live in an area of high vulnerability in the city of Curitiba-PR. Methodology: descriptive, documental, cross-sectional observational analysis. Collection and analysis of data from the Birth Certificates (BC) at the Capanema Health Unit and analysis of public data provided by the IBGE. Results: 1199 BCs were analysed, with 1011 women aged between 13 and 49 years old, between the years 2003 and 2018. It was possible to analyse the Total Fertility Rate (TFR), mode of delivery, marital status and level of education of the parturients. Discussion: the lowest TFR was observed in the age group from 13 to 15 years old (1.05 children/woman) and the highest between 36 to 49 years old (4.47 children/woman). Vaginal delivery corresponded to 64% of deliveries, while surgical caesarean section occurred in 36% of cases. Regarding schooling, 3% were illiterate; 48% had a fundamental level; 40% completed high school and 9% had completed or incomplete higher education. There was 0.5% omission of schooling attainment at the time of filling in the data. Data collected on marital status were considered inconclusive. Conclusion: it is concluded that the Fertility Rate of the studied population is above the Total Fertility Rate projected for 2015 in Brazil in the age groups above 19 years and the ideal fertility rate so that there is a replacement of the population according to DATASUS (2021). Such data may be related to the vulnerability of the community in question, corroborating with studies that report higher fertility rates related to lower income and lower education.

Correlation between ahlbäck classification and gonarthrosis risk factors / Correlação entre a classificacão de ahlbäck e fatores de risco da gonartrose

ABSTRACT Objective: To demonstrate whether or not there is a correlation between the risk factors for gonarthrosis and the radiographic classification of Ahlbäck. Methods: We studied patients with primary gonarthrosis attended at the knee outpatient clinic of the General Hospital of Vila Penteado during their routine visit. We collected data on patient age (years), weight (kg), height (meters), body mass index (BMI = patient weight/height2), personal history of hypertension or diabetes mellitus (positive or negative), sedentarism (physical activity less than three times per week, 30 minutes per session), functional demand (how many blocks walked weekly), time of onset of symptoms (in years) and laterality or bilaterality. The data were correlated with the Ahlbäck classification applied to the radiographs performed at the time of the consultation. Results: A sample of 108 patients was studied. We did not find an association between the Ahlbäck classification and the patient's age, smoking, sedentary lifestyle, laterality, number of blocks walked per week, diabetes mellitus, and sex; however, a positive association was observed in hypertensive patients as well as a weak correlation with height and weight of the patient and moderate correlation with BMI. Conclusion: The Ahlbäck classification is unrelated to most of the risk factors for primary gonarthrosis. Level of evidence III, Case-control study.

RESUMO Objetivo: Demonstrar se existe ou não correlação entre os fatores de risco de gonartrose e a classificação radiográfica de Ahlbäck. Métodos: Estudamos pacientes com gonartrose primária, assistidos no ambulatório de joelho do Hospital Geral de Vila Penteado em sua consulta de rotina. Foram coletados dados referentes a idade do paciente (anos), peso do paciente (kg), altura (metros), índice de massa corporal (IMC= peso do paciente/altura2), antecedente pessoal de hipertensão ou diabetes mellitus (positivo ou negativo), sedentarismo (se pratica atividade física menos de três vezes por semana, 30 minutos por sessão), demanda funcional (quantas quadras caminha semanalmente), tempo do início dos sintomas (em anos) e lateralidade ou bilateralidade. Os dados foram correlacionados com a classificação de Ahlbäck aplicada às radiografias realizadas no momento da consulta. Resultados: Uma amostra de 108 pacientes foi estudada. Não encontramos associação entre a classificação de Ahlbäck e a idade do paciente, tabagismo, sedentarismo, lateralidade, quantidade de quadras percorridas por semana, diabetes mellitus e sexo do paciente, porém verificou-se associação positiva em pacientes hipertensos e correlação fraca com altura e peso do paciente e correlação moderada com IMC. Conclusão: A classificação de Ahlbäck não apresenta relação com a maioria dos fatores de risco de gonartrose primária. Nível de evidência III, Estudo caso-controle.